sexta-feira, 29 de abril de 2011

Motivação: qual é a sua?


Algumas pessoas vão em busca do que querem, custe o que custar, não antecipam os obstáculos que virão pelo caminho, falham por mergulhar de cabeça e aprendem na marra. E outras só se mexem quando a coisa não está boa e morrem de medo de fazer qualquer coisa que desequilibre a sua zona de conforto. Elas são motivadas pelo afastamento da dor, da perda e do desconforto. Algumas das pessoas mais ricas do mundo transformaram-se no que são hoje se afastando de uma infância pobre por exemplo. A primeira motivação é mais direcionada a metas e a segunda direcionada a identificação e a solução de problemas. Na vida, existem lugares perigosos, ações nocivas que merecem que a gente se afaste delas e pessoas maravilhosas que nos apóiam e incentivam as quais queremos nos aproximar. Essas são algumas das idéias discutidas no livro PNL - A nova tecnologia do sucesso de Steve Andreas e Charles Faulkner.
Todo mundo usa as duas formas de motivação e tendemos a nos especializar em uma delas. Quem se especializa na motivação por afastamento acaba perdendo muito da sua motivação, conforme a ameaça vai ficando cada vez mais longe até que o problema apareça de novo. Sabem o que não querem e não o que eles querem. E não pense que ser motivado por aproximação também seja fácil. Existe um trabalho interno para identificar quais são as nossas verdadeiras vontades, lá na nossa essência e bater no peito a cada tom de desconfiança.
Hoje em dia o que se vê é um mercado de trabalho que procura por profissionais automotivados, ambiciosos, com visão estratégica, etc. O que faz muitas pessoas fingirem ser o que não são. Toda equipe precisa de profissionais com as duas motivações. Algumas pessoas, por exemplo, ficam mais motivadas com prêmios, bonificações, incentivos e elogios. Elas trabalham com mais afinco se souberem que podem ganhar uma viagem para as Bahamas, um carro novo ou a aprovação de um superior de sua confiança. Para os que usam a motivação por afastamento, os mesmos incentivos e prêmios significam muito pouco. Como gerente, você pode achar que, "Eu lhes ofereço todos esse prêmios e eles continuam sem se mexer". É capaz de se sentir frustrado e gritar, "Se não produzirem, vão cair fora!" Ou então, prefere manifestar, em um tom de voz mais delicado e sério, a sua preocupação com a iminente possibilidade de demissões. De repente, eles começam a trabalhar como uns loucos produzindo como nunca antes. Muitas dessas pessoas são excelentes solucionadoras de problemas. Faz parte até da linguagem delas. São as que chegam perto de você e dizem, "Desculpe, temos um problema". Elas vêem o problema e precisam resolvê-lo. Depois de solucionar um problema particularmente difícil, elas experimentam uma sensação de relaxamento emocional, um "aha" ou "eureca" interior.
Digamos que você queira que o seu grupo ou equipe formule as metas do grupo ou da empresa em que trabalham. Ao começar a fazer a sua apresentação, procure na sala membros da equipe que estejam reagindo positivamente à sua mensagem. Esses indivíduos motivados para a aproximação provavelmente serão aqueles que balançam a cabeça, concordando com você ou que entram logo na discussão animados, seguindo você, imaginando possibilidades. É possível que se passem apenas alguns minutos antes que um dos motivados para o afastamento interrompa para dizer, "Isso não vai funcionar nunca", ou alguma coisa do gênero, e comece a relacionar os seus motivos.
É muito importante que você ouça respeitosamente, e depois mostre que as técnicas de solução de problemas são valiosíssimas em uma etapa posterior, mas que agora elas são prematuras.
A história pessoal e a direção de motivação dessa pessoa a obrigam a lhe dizer, antes que as coisas fiquem mais desagradáveis ou dolorosas, que você, ou o resto da equipe, está errado. Embora você possa sentir essas observações como um jato de água fria na centelha de uma nova idéia que está apenas começando a brilhar, ele está vendo no futuro um incêndio incontrolável que é melhor evitar logo.
Sua intenção é positiva, assim como as intenções de todos os outros membros da sua equipe que também fazem objeções. Eles jogam no time, só que estão um pouco adiantados. É seu papel como gerente sugerir ao grupo um plano melhor. Primeiro, deixe os sonhadores sonharem amplamente.
Permita que os "fixadores de metas" tenham as suas visões maiores, explorando os limites da possibilidade para que os "solucionadores de problemas" tenham alguma coisa para solucionar. Você pode até sugerir que eles comecem separando-se em dois grupos, em torno de seus interesses ou técnicas mais fortes: metas e sonhos de um lado, e a preocupação em evitar dificuldades e solucionar problemas de outro. Com essas duas equipes em diferentes cantos da sala ou em torno da mesa, faça com que aquela que está motivada para a aproximação comece a desenvolver a meta, o sonho ou o alvo. Insista com a equipe motivada para o afastamento para que fique em silêncio, anotando cuidadosamente todas as objeções de forma a não deixar escapar nenhum problema.
Quando os sonhadores motivados para a aproximação terminarem a sua fixação de metas, agradeça-os. Eles, também, fizeram as melhores opções possíveis com a melhor das intenções. Depois, acrescente que se houver algum ponto fraco nesta meta ou plano, o mercado ou os concorrentes vão nos revelar isso, ou a equipe solucionadora de problemas nos dirá como desenvolver um plano realmente sólido e confiável.
A tarefa da equipe motivada para se aproximar das metas deve imaginar onde devemos ir e a equipe da solução de problemas, motivada para o afastamento, deve discutir o que pode nos impedir de chegar lá identificar os problemas em potencial e ajudar a formular soluções.
Empregando ambas as direções de motivação, você está usando, seqüencialmente, tanto o verso quanto o reverso do planejamento. Uma vez aprendido este padrão, a comunicação entre os dois grupos se baseará na avaliação das duas motivações e estilos de pensamento, o que despertará os talentos e recursos de todas as pessoas da sua equipe.

O Poder da Comunicação

Certa vez um sultão sonhou que havia perdido todos os dentes. Ele acordou assustado e mandou chamar um sábio para que interpretasse seu sonho.
"Que desgraça, senhor!" - exclamou o sábio. "Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade!"
"Mas que insolente!", gritou o sultão. "Como se atreve a dizer tal coisa?!"
O sultão chamou os guardas e mandou que lhe dessem cem chicotadas. Ordenou, em seguida, que chamassem outro sábio, para interpretar o mesmo sonho. O outro sábio disse:
- Senhor, uma grande felicidade vos está reservada!!! O sonho indica que irá viver mais que todos os vossos parentes!
A fisionomia do sultão iluminou-se e ele mandou dar cem moedas ao sábio. Quando este saía do palácio, um cortesão perguntou:
- Como é possível? A interpretação que você fez foi a mesma do seu colega e, no entanto, ele levou chicotadas e você moedas de ouro!
- Lembre-se sempre, amigo - respondeu o sábio - que tudo depende da maneira de dizer as coisas. E esse é um dos grandes desafios da humanidade! É daí que vem a felicidade ou a desgraça; a paz ou a guerra. A verdade sempre deve ser dita, não resta a menor dúvida, mas a forma como ela é dita é que faz toda a diferença.